Mercado negro

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Existe um enorme mercado para roupas e acessórios negros.

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Claro que a sombra da crise ajuda a vender preto, já que todo mundo sabe que a cor é curinga para qualquer situação. E sem perder o charme.

Quem consegue imaginar a atriz Audrey Hepburn sem o tubinho preto criado pelo costureiro francês Hubert de Givenchy em 1961 para o filme “Bonequinha de luxo” (“Breakfast at Tiffany’s”)?

Mas antes da visionária costureira Coco Chanel popularizar o “pretinho básico” na década de vinte, vestir preto era considerado sinal de luto e tristeza, freqüentemente associado a mistério e maldade.

A dificuldade de impor esta cor as elegantes da época fez a costureira disparar uma das famosas frases “Vestir Sherezade é fácil, o vestido negro é difícil”. O comentário era dirigido a seu arquirival, o costureiro Paul Poiret que na época (início do século XX) fazia coleções inspiradas no oriente e no Ballet Russo que havia se apresentado em Paris.

Chanel recomendava o preto por duas qualidades: vestir chique e ao mesmo tempo ser uma armadura.

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Batizado pelos americanos de “Little black dress”, vestir preto virou a salvação para traje de festa nos anos quarenta e cinqüenta, e a cor certa para poses sofisticadas das estrelas de cinema em cena ou ensaios fotográficos.

Escolha de nove entre dez consumidoras e editoras de moda a partir dos anos 1980, os “pretos” fogem da uniformização com o mesmo conceito da calça de jeans. Embora tenha virado uniforme, cada um veste a seu modo, em uma interpretação pessoal, absorvendo a personalidade de quem veste e fazendo a diferença.

Porque o preto permanece sempre na moda?

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Conforme Karl Langerfeld, sucessor de Chanel, o “pretinho” tem se mantido no guarda-roupa durante tantos anos porque a mulher nunca se sentirá “pouca ou demasiada”. Pode combinar com todo tipo de jóias, podendo ousar em combinações mais que em qualquer outra cor de roupa.

Formal e informal, o preto valoriza o rosto e os decotes, emagrece visualmente o corpo e mesmo tecidos simples conseguem um visual sofisticado.

Pode ser usado com xales, estolas ou abrigos de outra cor ou tecido sem nunca chocar.É democrático para qualquer tipo, desde que adequado ao feitio do corpo.Tem vida longa por sujar pouco, não cansa quando repetido, serve para qualquer hora e emergência e dependendo do modelo, custa a sair da moda.

Destaca acessórios, cabelo e maquiagem.

O preto perfeito

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  • Na hora de escolher os negros, pense em peças eternas e sem muitos detalhes, que não dificultem possíveis combinações. O preto pode ser total look ou combinado com outras cores e metais. Pode ter aparência chique (Ladylike/ new chique), gótico ou metaleira com forte inspiração no rock punk e no fetiche leather.
  • Existe um consenso que é impossível estar mal vestida de preto, o que não é verdade. Com tantas opções de look, a escolha errada pode acrescentar pouca expectativa ao visual e até engordar. Sim, preto em tecidos duros, volumosos ou em modelagens complicados engordam mais que um “sequinho” bege.
  • Escolha tecidos de cor firme, como o crepe, sarjas de boa qualidade, veludos ou sintéticos com ou sem stretch. Não desmerecem com o uso ou manutenção e caso desbotem, se tornem avermelhados ou lustrosos, lavanderias e tinturarias especializadas conseguem uma recuperação superior a qualquer outra cor.
  • Os acessórios permitem que as roupas pretas mudem de cara o tempo todo.  Flores de tecido coloridas, colares e outros tipos de bijuterias, brilho, cinto, bolsas e sapatos conferem visual único em qualquer produção negra.
  •  “Pretinhos” de qualquer formato podem parecer casual com meias foscas e acessórios camelo e pintar com cara de festa somada a meias finas, sapatos e bolsa de festa ou cinto de strass.

Visual Noir

Cinema Negro

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O chamado “film Noir” (filmes policiais dos anos 1940 e 1950) e os suspenses do diretor de cinema Alfred Hitchcock serviram de inspiração para o “black is back” desta temporada. Mas o cinema sempre se valeu do “preto” para vender suas estrelas douradas.

1946: Rita Hayworth (1918 - 1987) plays the sexy title role in the wartime film noir 'Gilda', directed by Charles Vidor. (Photo by Robert Coburn Sr.)

  • Rita Hayworth em “Gilda” – 1946 (Adrian)
  • Anita Ekberg em “La dolce Vita”- 1960
  • Delphine Seyring em “O ano passado em Marienbad” -1961 (Chanel)
  • Audrey Hepburn em “Bonequinha de luxo”- 1961 (Givenchy)
  • Catherine Deneuve em “A bela da tarde” -1967 (Yves Saint Laurent)
  • Sharon Stone em “Instinto Fatal” – 1992
  • Demi Moore em “Prosposta indecente” – 1993 (Thiery Mugler)
  • Cate Blanchett em “Elizabeth” -1998

Preto único

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As roupas pretas atuais, especialmente para festas, precisam de toques individuais para fugir da padronização. Existem mil maneiras de individualizar a roupa preta.

  • Misture texturas e tons de pretos diferentes. O preto tem nuanças diferentes para cada tipo de tecido e combina-las é toque de modernidade.
  • Misture com brilhos também pretos (Lantejoulas, cristais, strass, paetês).
  • Coordene com cores escuras. Marrom, berinjela, marinho, cinza, oliva, violeta podem pintar em acessórios ou complementos.
  • Jogue preto com cores brilhantes como vermelho, fuccia, turquesa, lima, laranja, amarelo ou roxo como flash em complemento ou pequena peça.
  • Use junto a tons pastel. Rosa, azul bebê, areia, pérola e pele são contrapontos perfeitos para dar suavidade ao dramático preto. Porém evite tons claros em lugares avantajados, já que combinados com o preto (que diminui visualmente os volumes) destacam onde estiverem posicionados.
  • A parceria com o branco é sempre atual. Evite detalhes ou complementos horizontais brancos (cintos, faixa) sobre preto. Achata a silhueta e engorda.
  • Preto também combina com estampas animais e geométricas
  • Misturar preto a metalizados (prata, ouro, bronze ou metalizados coloridos) é sempre moderno e sofisticação garantida. Pode ser explorado a qualquer hora do dia com alguns cuidados para não parecer enfeitada demais.
  • Para um visual prático coordene o preto com beges, cáqui ou camelo.

Roupas pretas inesquecíveis

Coco Chanel

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Talvez uma das maiores figuras fashion do mundo, a estilista foi retratada por Man Ray, em 1935, com um look preto que retratava toda a sua elegância e ousadia.

Sandy (Grease)

Em 1978, Olivia Newton-John interpretou a jovem Sandy no musical Grease, um sucesso até hoje.

O principal do longa, claro, é a transformação da personagem, que adota um look black – macacão preto justíssimo tomara que caia para conquistar de vez o coração de Danny, vivido por John Travolta.

Kate Moss

Em 1993, a super modelo britânica posou para um ensaio com um macacão transparente justo no tom.

Cher

Como esquecer o visual que a cantora usou para o Oscar de 1986?

A produção, considerada uma das mais extravagantes já usadas no red carpet da premiação do cinema, era bastante ousada, com brilhos, barriga à mostra e um acessório de cabeça semelhante aqueles usados no Carnaval.

Madonna

Já não é novidade que desde que estourou no mundo da música Madonna é uma trendsetter.

Na década de 1980, ela causou furor ao usar uma série de produções criadas por Jean Paul Gaultier que virou a sua marca registrada na época.

Grace Kelly

No longa Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock, de 1954, a atriz usou um pretinho com saia mídi rodada e cintura bem marcada inspirada no “New Look” de Christian Dior.

Elizabeth Hurley

Até mesmo Lady Gaga usou uma releitura do vestido Versace com alfinetes dourados na lateral. Elizabeth usou quando ainda estava com Hugh Grant, em 1994.

Rihanna
Dona de muitos estilos, a cantora de Barbados foi destaque quando se apresentou no MTV Music Video Awards em 2007. O visual usado para cantar o hit Umbrella é totalmente preto.

Angelina Jolie

Impossível não lembrar da polêmica que foi a pose que Angelina Jolie fez no red carpet do Oscar em 2012 com o vestido Versace que ele usou na ocasião.

Holly Golightly
A personagem de Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo, de 1961,ao usar este  “pretinho básico’ de Givenchy mostrou ao mundo que um bom vestido preto é essencial no guarda-roupa de qualquer mulher. Este vestido foi vendido em leilão por um preço tão absurdo que fez dele a roupa mais cara da história da moda.

Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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