As próximas tendências de consumo
O que ainda falta inventar para vestir?
Já encarnamos personagens de A a Z.
De astronautas a nostálgicos do passado.
Já usamos referências dos anos 1960 aos 1980 e até períodos bem mais remotos.
Tudo por uma imagem nova.
Quem gosta de moda, ama o novo, “o próximo look” e quer sempre saber o que reserva o futuro.
Pesquisei em revistas e nos bureaus que fazem previsões de tendências em busca de respostas
Previsões fashion
Unsexy
A moda sexy parece estar com os dias contados.
A revista italiana “Pig Magazine” trouxe como matéria de capa um artigo chamado “Stanche de essere sexy” (”Cansados de ser sexy”).
Uma outra matéria publicada um ano atrás no “Herald Tribune”, sobre a moda japonesa, determinou que por lá, no país que é a inspiração da modernidade, o comportamento “unsexy” já é o novo sexy .
Parece que a sedução já vendeu demais, criando um mercado onde a relação homem-mulher não existe se elas não forem sedutoras.
Esse processo vem gerando, no jovem, um desgaste da sexualidade. Os valores de uma relação sexual passaram a ser confusos e contraditórios
Quirky
Antes tudo era “cool”, agora tudo é “quirky” (esquisito). O esquisito vai influenciar muito a moda.
Quanto menos padronizado, e mais desligado das tendências, mais o look estará valorizado.
A aposta é na esquisitice, no tudo-ao-mes-mo-tempo-agora.
O portal WGSN acredita no “recatado”, estilo personificado pela imagem de Scarlett Johansson. O Observatório de Sinais também aposta nesse neo-conservadorismo como contraponto ao excesso de roupa glamourosa e sensual.
Sensualidade ambígua
Os relacionamentos do futuro serão mais baseados em afinidades do que no gênero de cada parceiro.
A sociedade, e principalmente a juventude, está se desvencilhando de papéis sociais e culturais do passado, mas ainda não tem uma estrutura de valores bem desenhada que sirva como guia.
Nisso, a facilidade da experimentação entra como formador da personalidade. A sexualidade ambígua, mostrada por novas tribos, como os emos é uma das principais revoluções no comportamento jovem .
Já existem 17 tipos de transgêneros, novas designações sexuais que vão dos homos aos transexuais, passando por bis, pansexuais, travestis etc.
O futuro vai trazer uma variedade ainda maior de maneiras de viver a sexualidade.
As relações virão a partir da profundidade dos seres, e não simplesmente do sexo.
Mundo feminino
O futuro é a mulher.
Nas empresas, características ditas femininas (mas não exclusivas de mulheres) já são valorizadas e identificadas com a modernidade.
Cooperação no lugar de competição, inteligência emocional, intuição, facilidade para trabalhar em rede, capacidade para fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Era da consciência
Estamos passando da era do conhecimento à era da consciência, segundo a apresentação feita pelo Clube de Budapeste na conferência sobre futuro, que aconteceu em Toronto.
Na era da consciência, o que importa é fazer o melhor uso possível do conhecimento.
Significa que o humanismo vai entrar com tudo no debate sobre a tecnologia.
No Observatório de Sinais, essa tendência de uma maior consequência nos comportamentos é apelidada de “Top 3C”: conteúdo, cultura e conhecimento.
Orientalização do mundo
Depois da globalização, viveremos a “mundialização”.
A queda de barreiras entre países deixará bem concreta a experiência de que tudo no mundo está conectado.
Estamos caminhando para uma orientalização geral.
A força da China, influenciando todo o Ocidente, nos dará uma visão mais ampla da cultura oriental, não mais como algo exótico
Declínio da ditadura da aparência
Se a regra nas megatendências é uma onda negar a anterior, podemos esperar para o futuro que as cirurgias plásticas estejam menos banalizadas e as escravas da beleza contem com mais tratamentos estéticos preventivos e não-invasivos, de menor custo econômico e emocional.
Uma maior valorização do conteúdo em detrimento da imagem.
Um olhar para o espelho de um jeito mais inteligente.
A morte das coleções
Chega de massificação: as projeções apontam para a singularidade no consumo, ou seja, a radicalização no processo de segmentação
A morte das coleções, principalmente as semestrais.
Por que fazer coleções de inverno e verão se o consumidor está constantemente atrás de novidade?
Os desfiles surgiram apenas como uma saída para facilitar a escolha dos produtos para os compradores de moda e ficava muito mais fácil demonstrar os produtos dividido por estações, mas hoje em dia, principalmente com a internet, cada vez há menos a necessidade de estar em algum lugar físico para se conhecer o produto.
Personalização massificada
Num mundo com tantas marcas e tantas opções de consumo, vender a “sensação de exclusividade” é hoje uma questão de sobrevivência para as empresas.
O desejo das pessoas não é mais a posse do bem, mas a sensação que ele proporciona.
Atributos que até pouco tempo estavam restritos ao mercado de luxo – como produtos feitos sob medida, edições especiais com tiragem limitada – chegaram, enfim, ao mercado de massas.
Entramos na era da personalização massificada.
Pela Internet, já é possível comprar tênis Nike e confeitos M&M personalizados.
No caso da Nike, é possível escolher as cores de todos os detalhes do tênis e até incluir um nome.
Nos M&Ms dá para colocar uma mensagem ou nome em cada uma das balinhas, e também escolher a cor delas.
A entrega dos produtos nesses casos específicos, porém, está restrita ao mercado americano.
O futuro do consumo, dizem os profetas dos novos tempos, é vender pequenos volumes de um portfólio (variedade de produtos) cada vez mais maior.
Se antes da internet as empresas procuravam maximizar lucros com economia de escala, hoje as novas tecnologias permitem segmentar e adaptar produtos para diferentes tribos (ou mesmo indivíduos).
Além da personalização em larga escala, outro artifício cada vez mais usado pelas empresas para dar um ar de exclusividade são lançamentos com tiragens limitadas.
No caso da indústria da moda, precursora dessa tendência, foi a rede espanhola Zara que quebrou paradigmas, ao reduzir o ciclo de vida de uma coleção para até duas semanas.
A rede produz mais de 20 mil itens por ano, introduzindo novidades duas vezes por semana.
A Zara aboliu aquela história de coleção de verão e de inverno.
Tudo é uma constante novidade.
Quem comprou, comprou.
Quem não comprou, que compre outra peça.
É o tão falado “See now, buy now” que está servindo de cartilha para a indústria da moda em geral.
Essa redução do ciclo de vida dos produtos começou na indústria da moda, mas aos poucos contamina outros setores.
A fabricante de cervejas Ambev tem usado bastante o formato de “edição limitada” para introduzir novos sabores no mercado.
Vanity Sizing
“Vanity sizing” está se tornando um critério de cultura.
É uma forma da marca apelar para o ego do consumidor, tipo colocando uma etiqueta de tamanho 36 no número 40.
A Banana Republic recentemente introduziu o tamanho “00″; o Old Navy agora possui Extra-Extra-P para suas roupas, e o desejo de se tornar mais perto do “tamanho negativo” está tomando a cena.
Os lojistas não querem que uma pessoa que vista o número 50 venha a sua loja e diga: Preciso perder alguns quilos, comprarei isso depois.
Eles querem que os clientes pensem que estão vestindo o 46 e comprem no momento. O tamanho é parte da autoestima da mulher.
Uma recente pesquisa analisou que nos últimos 50 anos, a média do tamanho das mulheres foi de 38 para o 44; ainda assim, muitas mulheres estão se ajustando em números cada vez menores.
Roupas biométricas
Imagine escanear o seu corpo todo e ter uma roupa customizada para você à partir disso. Não parece coisa até de ficção científica?
Pois é, parecia…… A tecnologia para tal chama-se Biometrics.
Com esse equipamento é possível escanear o corpo e customizar.
Claro que ainda é um produto disponível para o mercado de luxo, mas todo ciclo de vida de produto é assim: é consumido primeiro pelo poder aquisitivo mais alto para depois chegar a outras camadas ( mesmo que não seja algo para os produtos de massa).
É tudo uma questão de tempo.
O ponto mais relevante é a visão da customização de produtos.
Até pouco tempo estava ligada à peças antigas ou fora de moda que precisavam de uma nova cara ou uma “atualizada”.
Agora é um conceito para produtos individualizados, até exclusivos.
A novidade já foi utilizada na loja Harrods em Londres, e só foi possivel devido a uma parceria entre a loja multimarcas e três estilistas que passaram a oferecer peças customizadas: Vivienne Westwood, Nick Tentis e Nick Holland.