Aos 69 anos, Diane Von Furstenberg lança sua autobiografia em francês “Filtrage Minimum”, onde conta  sua aventura como princesa, vida privada, trabalho e considerações sobre sua grande contribuição para a moda, o “Wrap, Dress”

Conhecido aqui no Brasil como ” vestido envelope “, o wrap dress completa 44 anos com  mesmo sucesso

 A criação da estilista belga Diane Von Furstenberg,  é uma peça curinga no guarda-roupa feminino e considerado uma das maiores criações da história da moda.

O nome e a figura dela pode não ser familiar aos brasileiros.

Mas a sua relevância na moda é tanta que ela já foi comparada a Gabrielle Chanel.

Inspirado no top das bailarinas, o vestido, lançado em 19 73, logo tornou-se um hit, pois a peça era o que as mulheres buscavam na época, o auge do feminismo nos EUA.

O slogan do vestido era :

“Sinta-se uma mulher. Use um vestido

Em 1973, ela criou o icônico vestido-envelope.

A roupa prática, mas extremamente charmosa, tinha como alvo as mulheres que saíam de casa todas as manhãs para trabalhar.

Acertou em cheio.

Em três anos, tinha vendido 5 milhões de unidades e foi parar na capa da revista Newsweek e The Wall Street Journal em 1976

A reportagem se chamava ” a mulher mais comercial desde Coco Chanel “.

Ela tinha apenas 22 anos quando lançou sua primeira linha, e 26 quando criou o primeiro vestido envelope.

Transpassada, a peça tem decote “v”, é acinturada e feita de tecidos como o jérsei, que é leve e não amassa.

A mensagem: mulheres podem se vestir de forma prática, como os homens, sem perder a feminilidade no escritório.

A ideia surgiu ao ver a filha do presidente americano Richard Nixon usando saia combinada a blusa cache-coeur (cruzada na frente, amarrada por laço envolvendo a cintura).

O que ela fez foi juntar as duas roupas em uma só.

Em uma foto da década de 1970, Diane veste um modelo e convida: “sinta-se mulher, use um vestido!”.

Sensacional e genial

Quando o vestido completou quarenta anos, Diane organizou uma exposição em Los Angeles chamadaThe Journey Of A Dress “ ( A Jornada de um Vestido ) e no convite, usou os termos ” Bohemian Wrapsody ” – fazendo um trocadilho com o nome da peça .

Esta exposição passou por São Paulo em 2010, na abertura da loja brasileira no Shopping Iguatemi.

Com mais de 200 peças, a mostra exibia a trajetória do vestido que virou símbolo da emancipação feminina, e também, croquis, quadros pintados por amigos famosos e outras consagradas criações da estilista.
Um dos pontos altos da mostra foi a reprodução de uma carta enviada pela lendária editora da Vogue, a aclamada Diane Vreeland.

Na carta a editora adjetivou a criação como ” sensacional e genial ” .

A exposição

Diane Simone Michelle Halfin nasceu em Bruxelas , na Bélgica em 1946, filha de pais judeus.

Sua mãe, Liliane, de nacionalidade grega, foi uma sobrevivente do campo de concentração de Auchwitz, onde estava apenas 18 meses antes do nascimento do Diane.
Aos 18 anos, Diane vai estudar economia na Universidade de Genebra, na Suiça.

 

Diane trabalhou como assistente do agente de fotógrafo de moda Albert Koski em Paris, e depois foi para a Itália ser aprendiz na fábrica de tecidos Angelo Ferretti, onde adquiriu conhecimento sobre corte, cor e tecido.

Dai desenhou e produziu seus primeiros modelos de jérsey de seda.

Em 1970, com um investimento de US$ 30 mil, começou a desenhar roupas femininas.

A Princesa da Moda

Em 1960 ela casou com príncipe Egon Von Furstenberg, da alta nobreza alemã  e se lançou na profissão de estilista, pois não queria depender do marido e ter sua própria carreira.
Ela teve dois filhos, o príncipe Alexander e a princesa Tatiane e recebeu o título de princesa.

Com a separação, em 1972, ela perdeu o título mas manteve o sobrenome que dá nome a sua marca.

Depois disso, Diana ficou uma década afastada do profissão, indo viver em Paris.

Em 1997, aos 50 anos, ela relançou sua empresa com a reintrodução do wrap dress, que ganhou força com uma nova e diferente geração de mulheres.

Foi um sucesso instantâneo, e a coleção contemporânea hoje é vendida em 1.500 pontos em 55 países e 85 boutiques próprias em todo o mundo, elevando a empresa a uma marca de estilo de vida de luxo.
Aos 69 anos, Diane acumula o cargo de diretora criativa da DVF com a presidência do Council Of Fashion Designers Of América.

Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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