O ser humano sempre demonstrou a necessidade de realçar e disfarçar traços de seus rostos por motivos religiosos, políticos ou simplesmente vaidade.

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Maquiagem e os povos primitivos

Sociedades primitivas já usavam pinturas no rosto como artifício para diferenciar membros de cada aldeia, celebração de rituais religiosos, firmar condição de guerra entre povos e simbolizar a passagem de fases da vida.

Olhar egípcio

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A maquiagem tem origem no Egito onde pintavam os olhos em sinal de respeito ao deus Rá (deus do sol).
Os Faraós eram grandes adeptos e maquiavam os olhos para que as pessoas evitassem olhar diretamente para eles.
Em livros de história é possível identificar imagens de hieróglifos da própria Cleópatra com lábios vermelhos e brilhantes e Nefertiti com delineador preto ao redor dos olhos.

Kama Sutra

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O Kama Sutra, escrito no século I e IV, define o padrão de beleza da mulher ideal que seria de pele bem clara, fina e macia.
A lendária Cleópatra exemplificou bem esse ideal de beleza no Egito. Usava pó de khol para pintar os olhos, banhava-se em leite e usava argila em seu rosto para manter o viço da pele.

Batom

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Em tempos pré-históricos (3500 a.C.) o ser humano utilizava sucos de frutas e de vegetais para colorir os lábios em rituais místicos, para atrair parceiros com uma aparência exuberante ou para fins medicinais, pois foi percebido que os lábios eram frágeis e precisavam de proteção contra o frio e os raios UV do sol.
Os mesopotâmicos e egípcios aperfeiçoaram o batom (por volta de 3100 a.C. a 1500 a.C.), pois dominavam a tecnologia química.
Mas muitos dos cosméticos desta época eram perigosos.
O primeiro batom era feito de uma mistura tóxica com pigmentos extraídos de algas, iodo e bromo manitol. Essa mistura ocasionava doenças infecciosas. Pessoas usavam o batom, beijavam seus parceiros, ficavam doentes e, consequentemente, seus parceiros também e por esse motivo o batom ficou conhecido como “O Beijo da Morte”.
Formulações com chumbo também ocasionaram mulheres “lindas de morrer”!
Depois apareceu uma nova forma de fazer batom, menos perigosa, mas um pouco estranha.

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O batom vermelho era feito a partir da extração de um pigmento cor carmim, originado de um inseto chamado cochonilha.
Esse corante combinado a diversos óleos e ceras gerava o batom.
O corante carmim, originado da cochonilha, é ainda utilizado, não apenas em cosméticos, mas nas indústrias alimentícia e têxtil.
O médico e químico árabe, Abu al- Qasim al- Zahrawi foi quem criou o batom na forma sólida, como conhecemos hoje.
No reinado inglês da rainha Elizabeth I (1558 – 1603) o batom virou Top.
Tanto a rainha quanto suas cortesãs usavam direto.
Entretanto, quando a rainha Vitoria subiu ao trono (1837-1901), novamente o batom foi considerado grosseiro e o uso foi limitado as artistas e prostitutas.
Mas não adiantou proibir, as mulheres voltaram a utilizar.
Em 1884 o primeiro batom moderno foi produzido e introduzido por perfumistas franceses na indústria.
O batom era feito de sebo de veado, óleo de mamona e cera de abelha. Seu embrulho era um papel de seda.

Maquiagem na Idade Média

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O culto à pele clara ainda estava em alta.
Os padrões europeus dominavam o padrão de beleza mundial.
O rubor nas faces do “rouge” servia para dar um aspecto saudável, já que diversos tipos de doenças sem cura surgiram naquela época, fazendo com que o objetivo da maquiagem representasse o frescor de uma pele saudável.
No Japão o pó-de-arroz foi criado para uniformizar o tom da pele e a deixar mais clara para destacar o olhar e os lábios, ideal para o visual das gueixas.

Maquiagem e bruxaria

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Entre os séculos V e XV quase todos os cosméticos, foram banidos.
A igreja católica era a responsável pela manutenção dos costumes europeus e a moda não ficava de fora.
Logo o uso do batom, que antes protegia os lábios dos males externos e deixava a aparência exuberante, foi proibido e relacionado a cultos ao demônio e forças do mal.
Apenas prostitutas e atores em seus espetáculos poderia usar maquiagem.
No final do século XVIII, o Parlamento Inglês atribuiu às mulheres maquiadas a mesma pena que era atribuída a quem praticava bruxaria.
O termo desobrigava os maridos de permanecerem casados, caso constatassem que suas mulheres usaram maquiagem e perfumes para seduzir e induzi-los ao casamento.

2ª Guerra Mundial

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A produção de cosméticos durante a 2ª Guerra Mundial estacionaram em virtude da necessidade que se tinha em fabricar armamentos.
Com escassez de matéria-prima, as mulheres começaram a produzir seus próprios produtos de beleza.

Maquiagem nos anos 1950- 1960- 1970

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Ao final da guerra a maquiagem cria o estilo “fake” – pele pálida, olhos e boca realçados.
O cinema deu um empurrão ao uso do make-up.
Nos anos 1960, as indústrias aprimoraram produtos para um público jovem que aderiu por completo a todo tipo de make-up.

A maquiagem mais usada era inspirada na modelo Twiggy com olhos bem trabalhados.
Os anos setenta traz a ideia de beleza natural.

Os cosméticos apenas melhoravam a pele e o uso do gloss se tornou popular.

Maquiagem na década de 1980

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Surgiram produtos que além de embelezar, cuidavam da pele.
A maquiagem fica pesada.
Pele clara, sobrancelhas grossas, olhos esfumados e lábios bem avermelhados eram a “beleza” da década.
Bem antes da MAC, a Dior, Chanel, Yves Saint Laurent tiveram um grande papel na criação de novas cores e texturas que conversavam com as tendências de moda que surgiam.
No final da década de 1980 a novidade de cosméticos que combinavam substâncias capazes de prevenir o envelhecimento, proteger a pele dos efeitos solares e hidratá-la, com produtos que a uniformizavam e destacavam os traços do rosto.
Foi o início da cosmetologia inteligente.

Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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