Parece mas não é

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Se alguém caísse por engano em alguma cidade brasileira imaginaria que as bolsas Louis Vuitton no Brasil são vendidas no balaio e a preço de ocasião.

Todo mundo tem uma dependurada!

Caso todas as bolsas que circulam por aqui fosse verdadeira, a empresa LV seria mais rica que a Coca Cola e a IBM juntas!

É o parece mas não é.

Em tempos onde é chique comprar artigos vintage ou de segunda mão, convém se ligar na hora de pagar por um produto vendido como legitimo.

A falsificação tem tantos anos como a moda

Todos os comerciantes de itens do vestuário de certa maneira se inspiram, legitimamente, nos estilistas mais influentes.

Uma das primeiras cópias registradas foi a de um tecido escocês axadrezado, que só podia ser usado pelos membros de determinado clã na Escócia.

Chanel nos anos 1930 se vangloriava de ter seus vestidos copiados, pois considerava a cópia como a consagração de um produto.

Certamente se ela vivesse nos tempos da pirataria industrial não teria mais a mesma opinião.

A aquisição de objetos de marca desde os anos 1980, se tornou uma necessidade básica para quem quer obter status num abrir e fechar de olhos.

A rapidez que as tendências e marcas são consumidas, o preço alto dos produtos originais associado ao sucesso de marketing das grifes de luxo gerou uma incontrolável indústria da falsificação.

A pirataria ganhou porte industrial e a primeira vista fica quase impossível distinguir alguns produtos originais do pirateado.

Calcula-se que o comércio mundial de falsificações fatura 450 bilhões de dólares por ano.

Estima-se que por conta da pirataria os cofres públicos no Brasil deixam de arrecadar mais de R$ 30 bilhões e 1,5 milhão de pessoas deixam de ter trabalho no país.

Segundo a Federação do Comércio do Rio, em 2010, quase 17 milhões de brasileiros compraram roupas, tênis, bolsas, óculos e relógios falsificados. É mais que toda a população do estado do Rio de Janeiro consumindo pelo menos um produto de moda pirateado.

A indústria da cópia além de todo este prejuízo no mercado da moda, ainda pode estar colaborando com o terrorismo.

Investigações no Brasil e exterior confirmam a conexão da pirataria com o crime organizado e conforme o site da Interpol, o comercio da cópia está se tornado cada vez mais atraente também para o terrorismo internacional por exigir investimento inicial baixo, ganhos altíssimos e sofrer pouca repressão policial.

Itens de moda falsificados são mais fáceis de circular pelo universo que as drogas ilícitas. Além disto, falsificador não paga impostos, não tem despesa com publicidade e em geral exploram a mão de obra.

Como reconhecer um produto pirata

As cópias feitas na Ásia, principalmente na China e Coréia do Sul, estão se aperfeiçoando, mas são ainda identificáveis. A maior diferença está no preço e nos acabamentos.

Bolsas

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As bolsas Louis Vuitton são as mais copiadas. As bolsas desta grife só podem ser comercializadas em butiques da marca.

O acabamento das imitações traz o logotipo cortado, desenho borrado, falha e nós nas costuras.

O couro é tingido, ao contrário da autêntica que tem tratamento natural, sem tintas.

Na pirata o forro é sintético (algodão na original) e as peças em metal exibem um brilho exagerado.

As grifes tentam evitar a pirataria fabricando edições limitadas dos produtos.

O Modelo “Graffiti” da Louis Vuitton, por exemplo, apesar de ter se multiplicado no comércio informal teve uma tiragem de apenas 5.000 unidades para distribuição no mundo todo. A maioria das bolsas que circularam eram “fake”.

O modelo “Baguete” da Fendi lançada em 1997, foi desdobrada em 600 tipos de revestimento até esgotar a formula tentando burlar os copiadores.

Relógios

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Geralmente o peso e a proporção estão errados, além do preço, é claro.

Os relógios mais copiados no Brasil são os de Hugo Boss e no mundo é o Tank de Cartier, cujo original custa a partir de R$ 8.800,00 e chega a ser vendido por U$ 15,00 a imitação.

Óculos de grife

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  • Percebe-se a diferença no olhar. Os acabamentos são péssimos e são bem mais pesados que os verdadeiros.
  • As grifes originais só trabalham com matéria prima e lentes de primeira e só são vendidas em óticas ou butiques da marca.

Tênis

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A parte da frente tem acabamento grosseiro.

O sistema airbag é feito de PVC rígido. A palmilha não é anatômica. A costura interior e o bordado dos logotipos apresentam falhas.

Roupas de marca ou de esporte

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Só são liberadas para venda em butiques próprias ou lojas cadastradas.

As apaixonadas pela história da moda e por coleções passadas sabem a alegria de encontrar um modelo vintage em brechós despretensiosos ou em sites de revenda. Mas calma: em vez de se deixar levar pela euforia do achado, olhe bem para a peça e reflita: será que é um item original?

Convocamos Patrícia Niemeyer Sardenberg, fundadora do brechó de luxo Etiqueta Única, para destacar algumas características que distiguem os produtos autênticos das falsificações. Anote e boa caça ao tesouro!

Outros detalhes

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Materiais utilizados

  •  Os materiais utilizados nas originais são de excelente qualidade.
  • Enquanto a maioria dos falsificadores utiliza couro sintético nas imitações, as marcas de luxo utilizam couro legítimo com tratamento de qualidade.
  • O material é muito resistente e tem grande durabilidade, apresentando um envelhecimento maravilhoso mesmo depois de anos.
  • Se o padrão da textura do couro for repetitivo demais, é uma indicação que a peça pode ser uma imitação.
  • Outra característica comum das cópias da bolsa são os resíduos de cola, pois as falsificações normalmente são coladas ao invés de costuradas.

Monograma

  • Cada peça fabricada com estampa de monograma apresenta padronagem alinhada e simétrica.
  • O encontro das estampas nas costuras e aplicação de bolsos sempre respeita o padrão.
  • Se a bolsa avaliada possui estampa torta e assimétrica, é bem provável que seja falsa.

Relevos

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  • Nas bolsas que possuem revelo matelassê, nota-se o encaixe perfeito dos padrões em todos os ângulos (no encontro da aba da bolsa com o corpo, nas laterais e na aplicação de bolsos).

Metais e fechos

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  • Muita atenção aos metais e fechos das peças.
  • Os materiais são de excelente qualidade e não descascam com o tempo, conservam o brilho e geralmente são pesados.
  • Além disso, os zíperes continuam com funcionamento adequado, mesmo depois de muitos anos de uso. Eles deslizam com facilidade e não enroscam no forro ou na bolsa.

Costuras e pespontos

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  • As costuras e pespontos são sempre impecáveis e uniformes, sem fios soltos ou frouxos.
  • No caso das bolsas da Louis Vuitton, as alças apresentam o mesmo número de costuras dos dois lados. Vale contar!

Código de autenticidade e etiquetas

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  • Várias marcas apresentam código de autenticidade gravado na peça, mas isso não é regra para todas as marcas, e nem para todos os modelos. Chanel, Louis Vuitton e Gucci são marcas que usam do artifício no interior de todas as bolsas para fortalecer a identidade de autenticidade.
  • A falta do código de autenticidade não é um fator decisivo para identificar se a bolsa é original.
  • A Chanel, por exemplo, passou a inserir esses detalhes em suas produções de bolsas a partir da década de 1980.

Holograma (para produtos Chanel)

  • As bolsas Chanel possuem um holograma localizado em uma aba dentro da bolsa, coberto com um alumínio plastificado com o número de série, que determina quando a bolsa foi produzida. Esses números normalmente possuem de 7 a 8 dígitos.
Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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