Em clima romântico a Gucci apresentou sua coleção de verão 2016/17  na Milão Fashion Week.

A atmosfera anos 1970 predominou no desfile do estilista Alessandro Michele para a marca italiana, com laços, babados, chiffon, brocados e vestidos e blusas de seda pura estampadas como se tivessem saído das araras de um brechó.

Graças a esta coleção que a moda não para de falar no estilo “vintage”. Mas afinal o que significa na moda esta palavra tão associada a vinhos especiais?  

Safra Vintage

É muito comum associar “vintage” com roupa usada.

gucci vintage

Designa-se de “vintage” quaisquer produtos antigos e de excelente qualidade; estilo de vida que retoma os conceitos utilizados entre os anos 1920 e 1960, aplicando-se, principalmente, no vestuário, objetos decorativos, móveis etc.

Embora seja um pouco difícil de definir o termo com precisão acadêmica, antes de virar moda, a palavra inglesa “vintage” designava o vinho feito de uma única colheita.

Também virou sinônimo de garrafas de qualidade, e este conceito se estendeu a outros bens de consumo.

No fim dos anos 1980 passou a definir roupas antigas, com história e qualidade, inclusive peças em jeans, que se tornaram objeto de desejo de tribos alternativas.

As roupas agregavam ao visual uma imagem de outra época e um “valor histórico” como diferencial.

Mas “vintage” não é roupa velha e nem um mero troféu descoberto no brechó.

O “vintage” é a safra genuína das mais maravilhosas criações de moda do século XX. Verdadeiros clássicos da moda, com lugar e destaque no guarda roupa de qualquer época.

Uma antiguidade no armário com o mesmo conceito usado na decoração. Algo tão especial que merece destaque.

Parece até uma contradição, já que a moda glorifica as novidades, mas o interesse por roupas antigas acontece em um momento em que a difusão muito rápida das tendências faz a moda chegar a todos os bolsos.

O “look da estação” se tornou acessível para quase todas as camadas econômicas. A maioria das pessoas usa as cores, formas e estilos propostos nas passarelas.

A ânsia de buscar individualidade na maneira de vestir fez o vintage se encaixar como uma luva antiga de cetim nesta nova proposta de consumo.

Peças de colecionador

gucci vintage 2

É essencial saber distinguir o que é apenas antigo daquilo que é um verdadeiro “vintage”.

Para uma roupa ser considerada “vintage” precisa ter marcado uma época.

Os experts aconselham que a peça precisa ter pelo menos quatro décadas de vida, estar em perfeito estado de conservação e sem necessidade de reparos.

Peças assinadas por costureiros famosos, confeccionadas em outras épocas, mas que continuam como referência para a moda atual, ganham status de raridades.

A Sotheby’s, de Nova York fez o primeiro leilão de “vintage” com roupas de estilistas renomados em 1997.

A terceira edição em 1999 virou acontecimento fashion com atrizes como Demi Moore, Winona Ryder e Kate Moss dando altos lances para as peças estampadas de Emilio Pucci dos anos 1960 ou de Balenciaga de 1948, exatamente como se compra um vinho raro.

Como usar

Quando ganhou o Oscar de melhor atriz em 2001 por “Erin Brockovich”, Julia Roberts usava um vestido Valentino “vintage” dos anos 1970. Ninguém a considerou antiga ou fora de moda. Pelo contrário, a escolha nostálgica da atriz rendeu mais mídia que os vestidos modernos das outras concorrentes.

Mas a idéia não é andar mascarada de Jackie Kennedy ou Doris Day.

“Vintage” não é figurino de época e sim o mix de verdadeiras antiguidades com peças atuais.

“Vintage” e “retrô” são diferentes. Retrô pode ser a jaqueta da vovó, descoberto em um baú, e que pode ser incorporado no diário. A diferença é que se esta jaqueta for um clássico criado por Paco Rabanne ou Yves Saint Laurent nos anos 1960, vira puro “Vintage”.

Mas não são somente os consumidores que andam atrás de “vintage”.

Estilistas antenados e influentes buscam referências e a pesquisa das técnicas de costuras de antigos mestres para adaptar as tendências atuais.

De olho no “Vintage”

Existem sites especializados em vender “vintage”

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Hoje é possível comprar quase tudo pela internet – inclusive aquele achado incrível vintage.

Com os sites de brechó online, ficou muito mais fácil encontrar uma peça imperdível, seja uma t-shirt cool ou uma bolsa grifada. Se você ama garimpar prateleiras atrás de algo especial para o seu look, não deixe de conferir estes sites.

Enjoei

Um dos mais famosos sites de usados, é possível encontrar desde roupas até eletrônicos e peças de décor no Enjoei.

E o melhor? Qualquer um pode vender as suas próprias peças, basta um cadastro e alguns cliques do produto que será vendido.

Peguei Bode

O site é especializado em artigos de luxo e vende labels como Chanel, Louis Vuitton e Dior.

Apesar de oferecer todos os tipos de roupas, as criadoras do site contam que bolsas são os itens mais procurados.

Recicla Luxo

Outra opção para produtos de luxo de segunda mão é o site Recicla Luxo, que também possui uma seção de roupas masculinas.

O melhor do site é que todos os produtos vendidos foram doados dos últimos donos e o lucro é revertido integralmente para instituições de caridade.

Vintage & Amigos

O site Vintage & Amigos reúne diversas peças superdescoladas, de várias décadas diferentes e cidades do mundo.

B.Luxo

Um dos brechós mais famosos de São Paulo, o B.Luxo, também existe em sua versão online.

Com garimpos dos EUA e da Europa, além de roupas, o site também oferece sapatos, livros e itens de decoração.

Trash Chic

O brechó também existe fisicamente, em São Paulo, mas sua versão online reúne diversas marcas, internacionais e nacionais e possui até uma parte especial para roupas de crianças.

 

Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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