Desde que a etiqueta Gucci lançou em 2013 uma coleção recheada de babados que a moda não deu descanso a este recurso da alta costura mega feminino e que faz a silhueta dançar.
As mulheres sempre amaram roupas com babados
História dos babados e frivolidades femininas
• Babados em forma de golas, com referências no Renascimento e na vestimenta dos índios enfeitam o pescoço das cabeças coroadas da Europa.
• Em 1589 assumiam proporções gigantescas.
1665 – Moderação obrigatória
• A proliferação dos encaixes de renda importados da Holanda e Itália (Veneza) aumenta tanto o fluxo de divisas para importa-las, que o Rei Luís XIV proíbe a comercialização. O cardeal Richelieu pede para os franceses renunciarem ao uso dos artigos estrangeiros. Morto o cardeal, rapidamente voltam às frivolidades no vestir.
1750 – Babados rococó
• Os babados denotavam tanta feminilidade ao grau de questionar as mulheres que não os usavam. Duas décadas depois Maria Antonieta é a imagem deste estilo ostentoso.
1790 – A revolução contra o babado
• A moda se afasta dos detalhes ostensivos com medo de perdê-los na guilhotina.
1800 – O império contra-ataca
• Napoleão sobe ao poder e as mudanças na moda sobem junto. Nesta época proliferam chapéus exagerados e muitos adornos como parte da vestimenta das mulheres francesas, que são apelidadas de “As Maravilhosas”.
1850 – Loucura pelas crinolinas
• A imperatriz Eugênia, louca por roupas, fica conhecida como “A Imperatriz Crinolina”. Foi ela quem popularizou a moda das saias ampliadas com babados e as armações de crinolina.
1890 – Olé
• Das “cuevas” de Granada as tabernas de Madri a dança flamenga predomina entre os ciganos, impondo os dançantes babados nas roupas da época.
1900 – Vestidos ornamentados
• O estilo deste período é muito feminino com vestidos enfeitados por babados e encaixes, super detalhados e enormes chapéus. É o figurino elaborado do filme “My fair Lady”, (Minha querida Lady) com Audrey Hepburn.
1915 – Influência do art decô
• Rejeitados por estilistas como Paul Poiret os enfeites são substituídos por linhas simples e de tendência oriental.
• Dez anos depois com a popularidade dos vestidos retos, pouco acinturados e a influência do Art Deco (movimento decorativo inspirado em linhas geométricas e simplificadas) os modelos começam a ganhar bordados e efeitos de babado.
1930 – Detalhes de elegância
• Greta Garbo usa uma blusa com babados no filme “Anna Christie”, imitada em todo mundo.
• Babados moderados serviram nesta época como detalhe para as roupas sofisticadas.
1950 – As aparências enganam
• A grande influência de Christian Dior com o “New Look” traz os babados a moda como símbolos de fartura do pós-guerra. Os babados aparecem por fora e por dentro das roupas com complicados sistemas para ampliar o volume das saias.
1960 – Baby doll look
• Em um período de vestidos Mondrian de Saint Laurent e saias curtas de Mary Quant, os vestidos “Baby-doll”, de cintura alta, enfeitados com rendas e babados resgatam a feminilidade.
1970 – Folclore chique
• As propostas de Yves Saint Laurent com influências ciganas e campesinas transformam o folclórico babado em detalhe chique.
1980 – Babados com status
• A influência do programa de TV “Dinastia” e o costureiro Christian Lacroix, com seus desenhos barrocos, criam cascatas de babados na moda da época.
1990 – Babados de estilo
• Depois de algumas estações de minímalismo na moda, os babados retornam a cena na influência flamenga de John Galliano e da etiqueta japonesa “Comme de Garçon”, que usa o recurso pela primeira vez, formando volumes estéticos.
• Em 1997 o vanguardista Helmut Lang coloca babado em seus desenhos e na primavera de 1999 a italiana Gucci populariza os babados no final do século Vinte.
2013- Volta triunfante
• Novamente a Gucci, com os desenhos de Frida Giannini para a primavera de 2013 colocam os babados em destaque fazendo que boa parte dos estilistas adotassem o detalhe em suas criações.
• A saia “trompete”, com um babado na bainha se torna o item mais vendido em 2014.
Vitória dos babados
Como usar os babados
Os babados conferem uma sensualidade latina nas mulheres, mas nada de delírios flamengos ou roupas caribenhas. O uso deste artifício é como um delicado detalhe de alta costura que empresta movimento nas roupas.
Encare
• Use se tem um tipo delicado e romântico.
• Em golas de blusas, barras de saia, punhos, decotes, no peito das roupas, enviesados no corpo, como acabamento de manga.
• Com bijuterias discretas
• Nas muito magras. Os babados “recheiam” as formas.
• Com bolsas e sapatos delicados e plataformas.
• Na barra da saia (chamam a atenção para as pernas)
• Nos decotes (favorece a quem tem e aumenta quem tem pouco).
• Em detalhes verticais nas blusas ou saias (alongam a silhueta)
Perigo
• Em lugares volumosos do corpo. Qualquer babado engorda, pois dão volume extra nas roupas.
• Babados usados na saia e na blusa ficam over. Use o detalhe apenas em uma peça da roupa.
• Proibidos para guarda-roupa muito esportivo.
Os tipos de babados
Babado comum
• Tecido cortado reto e franzido no meio ou em uma das pontas.
Volantes
• Cortado em formato circular
Pregas
• Babado feito com tecido pregueado
Cigano
• Babado franzido com cabeça, de preferência cortado com o tecido enviesado.
Babado plissado
• Babado com plisse permanente.