A mostra “The Art of In Between” dedicada à japonesa Rei Kawakubo permanece no MET, em Nova York até o dia 4 de setembro de 2017.
Imperdível para quem ama a moda, a exposição foi aberta esta semana durante o famoso Baile do Met.
Deve ser tão misteriosa e fascinante quanto a estilista que criou as peças.
Rei odeia dar entrevistas ou aparecer na mídia
Para descrever a sua coleção “Body Meets Dress-Dress Meets Body” (Corpo encontra vestido-vestido encontra corpo) a estilista japonesa (que muita gente pensa que é um homem-Rei) Rei Kawakubo pegou um pedaço de papel e desenhou um círculo.
Postura antifashion
A “low profile” Rei é famosa não só pelas formas inusitadas como a distância com repórteres.
“Eu escolhi “Comme des Garçons” como um nome porque gostei do som. Não significa muito para mim, e eu não tinha a intenção de me promover – e é por isso que não coloquei meu nome nela”, contou Rei em 1992.
Os “mendigos” se tornariam símbolos da moda japonesa em terras ocidentais.
no conceito japonês tem um contexto não só cultural, mas também histórico, afinal Hiroshima e Nagasaki fazem parte da formação de estilistas japoneses da geração da Rei.
“Eu não estou interessada em regras, ou se elas estão nas minhas roupas ou não. Eu não as quebro propositalmente. Eu apenas crio roupas que eu mesma sinto que são bonitas. As pessoas é que talvez achem que esse jeito de sentir e pensar seja contra as regras”.
Coleção de inverno 2017
O segundo vestido da esquerda para a direita foi utilizado por Rihanna no baile do MET
Ela é a segunda designer viva a ganhar uma retrospectiva no Costume Institute.
A exposição começa com o primeiro desfile em Paris, em 1981 com looks antagônicos a estética vigente com nomes como Gianni Versace e Thierry Mugler no topo da indústria do luxo.
Volumes bizarros, cortes inusitados e sem gênero – tudo em preto – ganhou o título de “apocalíptica” pela imprensa da época.
23 anos depois do primeiro desfile, em 2004, a Comme des Garçons deu mais um passo que parecia absurdo: inaugurou uma loja de departamento com diversas marcas, o Dover Street Market, em Londres.
Apesar de ter mudado de endereço, o que une a presença de nomes como Alaïa, Céline e Gosha Rubchinsky é a visão da designer de comercializar apenas itens nos quais ela acredita.
O mesmo princípio vale para sua colaboração com designers que crescem dentro de seu ninho e que ganham linhas próprias ou até mesmo marcas adjacentes, como Junya Watanabe.
Entre outros highlights da exposição destaque para “Body Meets Dress-Dress Meets Body”, coleção de 1997 que explorou a sexualidade feminina e acabou ficando conhecida como “Lumps and Bumps” (Caroços e Inchaços), por exibir roupas com enormes erupções onde elas, teoricamente, não deveriam existir.