Cintura de vespa
Cintura de vespa é como se chamava uma moda dos anos cinqüenta que definia a cintura com muito sacrifício.
Quanto mais fina, melhor.
Para o efeito parecer super eficiente, as saias eram volumosas e os cintos elásticos. As “cinturitas” quase dividiam pelo meio as modernas da época.
E parece estar na cintura novamente o próximo alvo dos estilistas. Delinear e enfeitar esta parte do corpo pode ser grande tendência para as próximas estações.
A silhueta de cintura baixa geralmente antecede mudanças femininas na moda.
Foi assim nos anos 1920, a época das melindrosas. Os vestidos de cintura baixa foram substituídos pela moda sensual dos anos trinta, com decotes insinuantes e tecidos acetinados colados ao corpo.
No início da década de sessenta a cintura também foi para os quadris. Era época da jovem guarda. Minissaia “saint-tropez” com botinha era uma “brasa, mora”.
Porém, nos mesmos anos sessenta o cós das calças subiram e se transformaram em pantalonas, na época batizadas jocosamente de “saintropeito”, já que a cintura se posicionava bem acima dos limites naturais. Nesta época surgiu o estilo “socialite” com mulheres super glamourosas com cabelos “pantera” embaraçados e longos, cílios postiços e roupas Pucci e Saint Laurent.
Durante as décadas seguintes a cintura baixa caiu no esquecimento. Em compensação nos anos oitenta o cós alto praticamente dominou toda a década. Os espartilhos e cintos largos marcavam com cores fortes a cintura para valorizar o tamanho das ombreiras, além das calças baggy que marcavam bem a cintura.
Foi só na coleção de outono inverno 1995/96 que Alexander McQueen teve a idéia de botar uma modelo com o “cofrinho” de fora na cintura super baixa da calça mostrada em um dos seus primeiros desfiles. O cós baixo desde então virou mania internacional, mas em matéria de jeans, os brasileiros que melhor interpretaram esta moda, sendo referência inclusive nas revistas internacionais de moda.
Volta ao original
Depois de muitas estações consecutivas de sucesso do cós baixo, a moda para o próximo inverno pretende devolver a cintura para o lugar original.
Felicidade para muitas consumidoras que só usaram a cintura baixa porque era a única opção das lojas.
Nem todo o corpo fica favorecido pelo deslocamento da cintura para os quadris, especialmente quem tem quadris amplos ou pernas curtas. A cintura no lugar também favorece melhor o formato anatômico da brasileira e valoriza o bumbum, pois não achata as nádegas e alonga as pernas, além de trazer de volta acessórios fetiches como o espartilho e os cintos de cintura.
Hourglass dresses
Os vestidos ilusão de ótica
Este vestido de Alexander McQueen com desenhos que utiliza linhas pretas em um vestido branco cria efeito monocromático que consegue afinar a silhueta.
Esse estilo de vestido habilmente colocou em conjunto duas cores em bloco, para enganar o olhar.
Mas não é preciso comprar um vestido especial de McQueen para obter esse resultado, basta procurar por uma modelagem que use cores escuras ou detalhes como contorno lateral.
Cinturas torturadas
Uma boa maneira de marcar a cintura é se acostumar ao uso do espartilho.
Esta peça era e ainda é o segredo das estrelas de Hollywood para afinar a silhueta em cena.
Fica evidente quando elas aparecem de lado. Preste a atenção. Nem duzentos abdominais por dia não conseguem o mesmo efeito.
E no red carpet de qualquer festival de cinema não existe vestido que não estrangule a cintura das atrizes mais bem vestidas.
Só que o espartilho atual para marcar a cintura é uma versão “light” dos artefatos usados durante o século XIX.
O espartilho ou Corset era uma peça de lingerie ortopédica feita de barbatanas de aço ou ossos de baleia presas a um tecido resistente e ajustada por cordões. Servia para afinar e modelar o corpo, especialmente a cintura, uma espécie de estojo para o corpo feminino.
O triunfo dos espartilhos dominou como um tirano em todo o século XIX.
Neste período da história as mulheres resolveram mudar os contornos dos seus corpos, sempre torturando a cintura.
Por volta de 1830 a mulher romântica da época devia ter uma cintura de vespa e aumentar o volume das mangas para se parecer a um inseto.
Em 1859 as mulheres parecem ampulhetas.Quanto maior o balão das saias, ampliadas pelas crinolinas (saias de armação), mais apertadas eram as pences da cintura.
No período da “belle epóque” a silhueta feminina toma forma de “S” e os espartilhos se tornaram tão apertados que as elegantes não conseguiam se abaixar.
O espartilho só foi abolido á partir de 1910, quando o costureiro francês Paul Poiret inspirado pelo figurino do Ballet Russo de Serge de Diaghilev, que visitava Paris, propõe a volta de uma silhueta natural.
Chanel também deu uma força para eliminar o acessório torturante dos guarda roupas.
Hoje ninguém é obrigado a se apertar para parecer bela, mas tem horas que um sacrifício a mais não custa muito.
Os saltos altos que o digam!