As estampas camufladas permanecem em muitas coleções para o Verão 2019
De onde saiu esta estampa?
Apesar de já ter pintado até na luxuosa coleção da Dior, no período John Galliano, a estampa camuflagem não foi criado por um designer de estampas e nem por um estilista famoso.
A estampa que virou um clássico na moda, desde os anos grunge, nasceu nas trincheiras de batalha, na tentativa de “camuflar” os soldados nos ambientes de luta
Até o século 19 era comum que os soldados usassem as cores que representassem o país, como o vermelho e o azul.
Essas cores chamativas eram utilizadas como uma pressão moral sobre o inimigo e eram úteis na hora de identificar os soldados aliados durante as lutas.
Acontece que, com o desenvolvimento das armas de fogo — especialmente após o surgimento dos rifles de longo alcance —, não era mais necessária uma grande aproximação do inimigo e os uniformes coloridos facilitavam a identificação do alvo.
Nesse período, a ideia de camuflagem era a de utilizar as cores verde-escura (Rifle Green ou verde fuzileiro).
Os soldados ingleses, os primeiros a utilizar esse tipo de camuflagem eram chamados de Jaquetas Verdes.
Outra cor utilizada na camuflagem era o cinza, que permitia um bom disfarce em meio às fumaças do campo de batalha e diminuía a silhueta do soldado, confundindo os atiradores.
Aos poucos a indústria bélica começou a criar outras técnicas de camuflagem adequadas às diferentes situações.
Foi durante a Guerra dos Boêres que os britânicos começar a adotar a camuflagem cáqui, uma derivação da palavra urdu khak, que significa “empoeirado”.
Os soldados tingiam seus uniformes e corpos com um barro dourado, que confundia os hábeis atiradores indianos.
A partir de 1886, todo o exército britânico já utilizava a técnica de camuflagem.
Já a primeira unidade militar camuflada foi criada na França em 1915, com o auxílio de artistas cubistas que criaram a técnica que ficou conhecida como camuflagem dazzle.
A ideia não era a de tornarem invisíveis os equipamentos, tanques de guerra, navios e uniformes, mas sim, de confundir o inimigo. Deu certo até o final da Primeira Guerra Mundial.
Na Segunda Guerra Mundial, com os aviões de guerra e um campo de lutas maior do que o do conflito anterior, exigiu a evolução das técnicas de camuflagem.
Foi então que surgiu o padrão de camuflagem Woodland com manchas em tons de verde e marrom, que está na moda atualmente.
Eles foram utilizados por exércitos do mundo todo até o final do século XX e eram eficientes, pois era muito difícil identificar os soldados da paisagem.
A estampa toda manchada que conhecemos surgiu na Guerra do Vietnã
As tropas americanas que iriam para a Guerra precisavam se “camuflar” na paisagem para conseguir combater os vietcongues.
E, como no Vietnã o cenário é bastante verde, cheio de nuances de cor, elaboraram uma estampa que fosse confundida com a própria floresta. Assim surgia o camuflado que conhecemos, que é adotado por muitos exércitos no mundo.
E o uniforme vai trocando de cor, conforme a necessidade de camuflagem: na selva ele possui tons de verde; no deserto, ocre e marrom; na neve, cinza.
Como a própria estampa diz este tecido é uma “camuflagem” portanto é permitido para todos os formatos de corpo sem nenhum problema.
O único cuidado e combinar com peças lisas e femininas para não parecer ter fugido de uma guerra.