Se hoje a peruca é vista com preconceito, ela já foi sinal de status
Antigamente as perucas eram sinônimo de elegância, estilo e prestígio.
E este conceito subiu a cabeça e atualmente a maioria dos cabelos que você adora em sua estrela preferida pode ser uma linda peruca.
O aplique capilar foi o segredo das estrelas de Hollywood que precisavam estar sempre bem nas fotos.
O cinema ajudou a popularizar o uso das perucas, já que em cena as estrelas eram obrigadas a usar para dar continuidade do visual na história contada.
O uso da peruca possibilitava que as imagens editadas, mesmo filmadas em dias diferentes, garantissem o mesmo visual nos personagens, já que filmes são feitos em tomadas e dificilmente um cabeleireiro conseguiria com cabelos naturais repetir o mesmo penteado todo dia.
Junto com o figurino já eram elaboradas as perucas.
Marilyn Monroe usava perucas em seus filmes e inclusive foi enterrada com a peruca loira de “Os Desajustados”, seu último trabalho completo
Origem da peruca
As perucas surgiram por necessidade de se proteger do frio e por questões higiênicas.
Do Egito Antigo ao seu auge, nos séculos XVI e XVII, o preparo dos fios postiços deu à profissão de peruqueiro uma reputação única.
E, pelo alto valor e raridade dos fios naturais, muitas perucas eram feitas com crina de cavalo e de bode.
Os egípcios eram especialistas em fazer cabelos falsos, tanto para homens como para mulheres.
Assim como os turbantes, eles deixavam a cabeça fresca, protegendo-a do sol.
Para usá-las, os cabelos deveriam ser curtos ou raspados.
Quem não podia pagar por um cabelo de verdade, usava lã.
No tempo dos romanos, a peruca ficou famosa principalmente entre as mulheres – era um jeito fácil de ser loira, algo desejável numa terra de morenas.
Depois disso, não há registros de uso de perucas até o final do século XVI.
A era de ouro
Prestigiada na cabeça da nobreza, ela se tornou um dos acessórios mais importantes do estilo masculino da época.
O ano de 1660 é conhecido pela popularização da peruca.
Antes, Luis XIII, rei da França, usava perucas de cabelos naturais.
Seu sucessor, Luis XIV, era famoso por sua cabeleira farta, mas teve que adotar a peruca quando ficou calvo, aos 32 anos.
Na Inglaterra, o rei Carlos II sempre foi adepto da peruca, primeiro de cor preta e depois marrom.
Sua popularização levou a uma enorme procura por cabelos naturais, que ficaram caros.
Há histórias, inclusive, de crianças achadas sozinhas nas ruas que tinham seus cabelos cortados.
A alta dos preços fez com que se popularizassem perucas de crinas de bode e de cavalo ou de fibra vegetal.
Era comum também que viessem polvilhadas com pó branco.
Os peruqueiros se tornaram célebres, e sua atividade ganhou status de arte.
O rei francês Luis XV tinha a seu dispor 40 peruqueiros.
Foi durante seu reinado que a peruca ganhou um laço de fita de seda na altura da nuca.
Nesse período, a peruca era o orgulho do homem, e um cavalheiro distinto não poderia aparecer em publico sem a sua.
A falta dela, em algumas classes sociais, era considerada até ofensiva.
Parte da igreja questionava e até abominava o uso da peruca.
Em 1690, Jean-Baptiste Thiers, padre de Champrond, na França, publicou por sua conta um livro de 550 páginas chamado “História da peruca”, em que detonava quem a usava.
A obra virou uma Bíblia para os que queriam demonizar a peruca.
Força na peruca
A moda das perucas chegou aos Estados Unidos por volta de 1675, entre os mais ricos, que tinham o costume de raspar a cabeça.
O preço era caro, e isso gerou uma onda de ladrões de peruca, que eram conhecidos por levarem a cabeleira falsa no meio de multidões e deixarem os homens carecas.
Muitos políticos puritanos protestaram contra as perucas, que chamavam de ‘moita de vaidade’.
Em 1700, as perucas passaram a adornar não só as cabeças de norte-americanos ricos, mas também de serventes, militares e comerciantes.
Eles podiam escolher entre vários estilos: compridos, curtos, com cabelos enrolados ou rabo-de-cavalo.
Declínio
A Revolução Francesa, em 1789, deu o golpe final no uso geral e costumeiro das perucas, que entrou em declínio e saiu de moda – a simplicidade dominou o período.
Mais tarde, a peruca até foi usada, mas não de maneira tão popular.
Hoje, ela permanece em algumas ocasiões formais. Um exemplo são os tribunais criminais da Inglaterra.
Em 2007, o lorde Phillips of Worth Matravers disse que as perucas, usadas por profissionais britânicos da área jurídica desde o século XVII, não seriam mais necessárias em casos civis ou de família – apenas em tribunais criminais. Uma pesquisa realizada em 2003 indicou que mais de dois terços dos entrevistados queriam eliminar as perucas em casos civis.
Críticos das perucas classificam-nas como anacrônicas, assim como desconfortáveis e caras.
Uma peruca para uso em tribunais, na altura do ombro, chega a custar mais de US$ 3 mil – cerca de R$ 7 mil.
Cuidados
Os procedimentos são basicamente os mesmos utilizados para cuidar dos fios naturais.
Se você tem aplique, o ideal é dormir com rabo de cavalo e usar fronha de seda, a fim de reduzir o atrito e aumentar a durabilidade do produto.
Ao optar pelos fios sintéticos, a principal dica é não deixar embaraçar.
Importante usar spray apropriado para desembaraçar, fazer rabo de cavalo folgado, usar os mesmos cosméticos utilizados para tratar dos cabelos naturais com xampu (sem sal) que deve ser passado da raiz para a ponta, numa só direção e nunca com massagem em círculos.
Famosas que aderiram às perucas
Cantoras pop vivem um amor com as perucas desde Madonna
Beyoncé
A diva do pop possui, na verdade, cabelos curtos e bem cacheados. Porém, principalmente para shows, ela usa longas perucas.
Lady Gaga
A cantora também aposta em cabelo fake para mudar o visual. Inclusive, ela não abriu mão da peruca nem quando teve que mergulhar em um rio gelado, em março de 2015, para ajudar a arrecadar fundos para as Olímpiadas Especiais de Michigan.
Para show, Rihanna também prefere as perucas como esta vermelha superlonga, usada no palco de sua turnê.
A cantora costuma estar sempre com o cabelo platinado, mas gosta de perucas para fazer um corte mais curto do que o normal.
Britney também gosta de investir nelas, para apresentações ou red carpets.
A rapper não se preocupa se elas estão perto da realidade e gosta de apostar em cabelos coloridos e diferentes.
Após anos de química nos fios, os cabelos de Tyra não aguentaram mais e a alternativa para a modelo foi usar apenas perucas.
Naomi Campbel
O mesmo para a veterana. Hoje ela realmente quase não possui cabelos. Uma modelo que trabalhou com ela comentou que ela ficou calva devido as químicas.
As modelos mais novas têm usado perucas na tendência de candy colors, sem comprometer a cor natural dos fios.
Kylie Jenner
A irmã mais nova de Kim usou 19 cabelos diferentes apenas em 2015.
Mas obviamente não eram todos naturais, como este azul, que ela afirmou ser fake.
Anna Wintour
A poderosa editora da revista VOGUE America também usa perucas, o que explica sempre o mesmo comprimento de corte e volume.