A meia arrastão deixou de ser vista com conotação sensual ou usadas somente por dançarinas de cancan para desfilar nas passarelas mais influentes e nas pernas de cantoras divas.


A volta da meia arrastão começou nos palcos – cantoras como a pioneira Madonna, Beyoncé e Rihanna apostaram no modelo que em seguida tomou conta das ruas.
Mas o ponto de virada foram as passarelas da temporada de moda de outono/inverno 2016/17 em NY, Milão, Londres e Paris

 Rebelde sem causa

Item indispensável no guarda-roupa feminino, a meia-calça tem uma história um tanto curiosa.


Foi por volta de 1780, com o avanço da tecelagem e a descoberta de materiais mais finos é que as meias foram incorporadas ao guarda-roupa feminino, caindo em desuso entre os homens.
Há registros de seu uso desde a Mesopotâmia, quando era utilizada por soldados para afastar o frio no inverno, e por muito tempo foi item de sedução no armário dos nobres, que competiam entre si pela riqueza dos bordados exibidos em suas peças.
Quando o movimento punk ficou popular nos anos 1970 vestia uma estética bastante peculiar.
Modificações corporais, moicanos, muito couro, jeans rasgados, pactches e roupas cheias de referência ao BDSM faziam parte dos looks dos jovens que subvertiam a ordem e pouco ligavam para as convenções sociais.
 

Nessa época, as meias arrastão voltaram com força e logo passaram a ser usadas pelo mainstream da moda, tendo o auge da sua popularidade na década de 1980, com um empurrãozinho da cantora Madonna que as usa até hoje.
O sucesso foi tanto que a meia arrastão ganhou até música em sua homenagem “Fishnet”, do cantor Morris Day.
Controversa desde seu lançamento, a meia arrastão durante muito tempo foi considerada um item de extremo mau gosto, porque, diferente das outras meias da época, ela deixava à mostra a pele de quem a vestia.
No entanto, foi esse pequeno detalhe que a popularizou no cenário da dança.
Como na época as meias comuns eram confeccionadas em seda e rayon, elas não permitiam que a pele transpirasse e não possuíam elasticidade alguma, dificultando os movimentos.
Por esse motivo, os furos da meia arrastão rapidamente a transformaram em uma opção mais confortável e funcional para as dançarinas.
Com a obsessão pelas pin ups tomando conta da cultura norte-americana na década de 1950, elas logo foram incorporadas no imaginário nacional, carregadas de sensualidade e elevadas ao status de símbolo sexual por figuras como Bettie Page e Marilyn Monroe.

Com fortes inspirações dos anos 1980 na moda atual, o modelo da vez é a meia calça arrastão.
Impossível não associar a meia aos looks icônicos de Madonna, que ia além das meias e apostava também em tops, luvas e maiôs de rede.

Só use uma meia arrastão se você gostar delas

 A meia calça arrastão causa estranheza e há quem torça o nariz à primeira menção de seu nome

Porém, de uns anos pra cá, ela tem se tornado cada vez mais presente nas fotos de street style pelo mundo afora e nos desfiles internacionais de 2016/17 ganharam um novo significado, mais cool e menos sexy, aparecendo em variações interessantes nas coleções de grifes como Maison Margiela, Saint Laurent, Balmain, entre outros.

 Use a roupa correta

Mantenha o resto da sua roupa simples.
Evite padrões ou estampas que possam competir com as meias arrastão, e deixe as meias serem o único item fashion que irá chamar a atenção.
Considere o uso de meias arrastão de um fio mais fino. Elas irão parecer menos “ousadas” e mais contidas do que as meias que tem um fio mais grosso.
Use meias arrastão pretas, marrom, ou nudes no dia-dia.
Use com sapatos fechados, mas os assandalhados também funcionam legal. E no inverno com botas.

Meias arrastão
Encare

  •  Quem tem pernas médias, magras ou finas.
  • Use com comprimentos próximos ao joelho.
  • Com saias muito curtas pode vulgarizar o look.
  •  Tente um look limpo na roupa para destacar as meias
  • Use por baixo dos jeans navalhados

Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
Artigos: 850

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