Como usar as luvas

Colírio para os olhos de quem ama um bom acessório e quer fugir das joias de vez em quando a luva exige regras de etiqueta que devem ser respeitas.

Assim como você não pode tirar o sapato de salto em uma festa (a não ser que esteja doendo o pé) um par de luvas também tem seus códigos.

As luvas são acessórios funcionais, especialmente para quem mora em regiões frias.

Elas protegem a mão e o pulso das baixas temperaturas, emprestando   um toque de classe para qualquer produção de roupas.

Acabamento correto para casacos, capas impermeáveis peles, malhas ou jaquetas, tanto podem ser o par quentinho que a acompanha todos os invernos ou um detalhe sofisticado para roupas neutras ou mais festivas.

Ninguém é obrigado a usar luvas, mas ao optar por elas é fundamental algumas regras de etiqueta.

Luvas esportivas

• As mulheres não precisam tira-las ao cumprimentar, os homens, sim.
• Nunca coma e nem beba usando luvas e tire-as ao chegar em ambientes fechados.
• Luvas esportivas não precisam combinar com o sapato ou a bolsa, mas é interessante coordenar tons para que ela não se destaque demais no conjunto.

Luvas sociais

• Durante o dia elas não são recomendadas a não ser para proteger do frio, em pelica ou camurça. Quebrar esta regra somente com modelos curtos e sem brilho.
• A medida que o sol vai baixando, as luvas vão subindo e as abas dos chapéus diminuindo.
• À tarde, próximo ao crepúsculo, luvas de oito polegadas (tipo 3/4) são as recomendadas. A partir deste horário, conforme os decotes se acentuam, aumentam o comprimento das luvas, podendo chegar até as 14 polegadas, bem acima do cotovelo. Roupas de mangas longas exigem luvas curtas ou a ausência delas, mas looks de inverno aceitam as longas franzidas sobre as mangas.
• Pulseiras são aceitáveis (mas pouco elegantes) sobre as luvas, mas anéis jamais.
• Pode-se estender a mão enluvada para cumprimentos em ambientes abertos, mas não dentro de uma igreja, onde o certo é retirar as duas luvas.
• Ao chegar em uma festa, distribua os primeiros apertos com a mão enluvada para retira-las em seguida, da forma mais natural possível.
• Para retirar as luvas de forma natural, abaixe o cano e puxe dedo por dedo. Se estiverem apertadas na hora de calçar, passe talco em toda a mão. Ajuda o couro a deslizar melhor.

Debutantes

• Debutantes desfilam, fazem fotos e recebem os cumprimentos com luvas. Durante o baile nunca dançam com uma delas calçada ou segurando-as pela mão.
• Treine o uso das luvas em casa, para o uso parecer natural.
• A mãe deve tirar as luvas na hora de receber e cumprimentar a filha.

Noivas

• A noiva que usar luvas, deverá retira-las no altar, na hora das alianças e de maneira discreta novamente calça-las antes de retornar pela nave.
• Noivas podem receber os cumprimentos de luvas, mas não devem assinar o contrato de casamento com a mão enluvada.
•  Mães e madrinhas retiram as luvas no altar e ao cumprimentar os noivos e convidados. 

Como tirar proveito das luvas

Encare

• Acrescente aos seus acessórios de inverno um par luvas de malha em cor neutra (pretas, beges, marinho, castanhos ou marfim) e se o orçamento permitir uma preta de pelica, napa ou camurça. Na combinação de cores, quanto mais integrado o acessório com a roupa, melhor o efeito. Quando houver contrastes deve ser intencional e dando sofisticação ao conjunto.
• Compre luvas de malha na cor do seu suéter e use modelos em pelica (pode ser de brechó) até com os jeans/ camiseta/ blazer ou dando um toque social em roupas simples.
• Para guardar luvas, enrole-as em papel de seda azul claro ou branco e nas de couro, passe a cada ano uma flanela com pasta incolor ou lustra-móveis.
• O tamanho da luva é medido pela circunferência da mão e nunca pelo comprimento dos dedos. Compre sempre justas pois alargam após a segunda ou terceiro uso. O material pode ser napa (vaca), pelica (mestiço) ou acamurçados. Nenhum material suporta bem a lavagem, portanto muito cuidado com as suas luvas.

Como alargar as luvas

·       Luvas muito apertadas em couro podem ser alargadas ao deixarmos por algumas horas embrulhadas numa toalha úmida e depois enfiando na mão para ajustar na forma desejada.

·       As de tecido, cortadas enviesadas ou elásticas cedem um pouco ao vestir, mas não force porque as costuras geralmente são muito delicadas.

 A história das luvas

• As luvas chegaram a Europa com os bárbaros que vinham do frio.
• Serviam também para proteger as mãos dos lavradores, em forma de saquinho.
• Coube ao clero difundir este acessório usando-o até de maneira hierárquica, com cores de acordo com cada posição na igreja.
• Do clero para nobreza, as luvas passaram a símbolo de status.
• Na Idade Média, cada país tinha no mínimo um fabricante de luvas. Portugal tinha oito. A extravagância chegou a tal ponto que Charles V da Áustria usava modelos em ouro enfeitado com pérolas e Elizabeth I da Inglaterra mandava bordar animais em suas luvas.
• Um Duque francês, Jaques de Nemours, gostava tanto de usa-las, que vestia duas ao mesmo tempo.
• Nada, se comparado aos 200 pares de luvas presenteados por Philip III, da Espanha, para a noiva, no dia do casamento, em sinal de amor eterno.

• A frase “veste como uma luva” foi criada á partir dos modelos de Beau Brummel, que feitas sob- medida, eram tão justas que deixavam aparecer o desenho de suas unhas.
• As luvas também serviram de intenções. Jogadas aos pés ou no rosto eram um convite ao duelo.
• Podiam ser também um contrato de campo vendido ou hereditariedade, sugerindo a passagem do antigo proprietário para o atual.
• Um par de luvas perfumadas e envenenadas acabaram com a vida da mãe de Henry IV da França.
• Napoleão Bonaparte, que se orgulhava de suas mãos pequenas encomendava centenas de pares de luvas por ano.
• A melhor memória que se tem deste acessório é a do filme “Gilda”, onde Rita Hayworth, em uma Hollywood reprimida, faz um strip-tease com sua luva de cetim negro.