Todos nós carregamos coisas que não nos interessam mais e que não conseguimos nos desfazer.

Os ingleses batizaram de “clutterholic” – adjetivo derivado de clutter (acumulação, inutilidades), as pessoas que conservam tralhas cuidadosamente guardadas, sem uma razão coerente.

Geralmente são coisas inúteis, feias ou fora de moda.

Supérfluos que não precisam mais. Um “excesso de bagagem”, que além de ocupar e invadir o espaço físico cria uma dependência emotiva da qual só conseguem se desfazer com grande esforço.

Nos países do hemisfério norte um novo comportamento pode solucionar este problema

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A tendência global de de-clutering, a arte de jogar fora ou reorganizar é uma promessa para a liberação do espaço físico e mental dos viciados em acumular inutilidades.

Na Grã Bretanha a ultima sexta feira de abril é o dia internacional de reorganizar armários e secretárias chamada de “Internacional Clean Your Desk Day”, criada por Declan Treacy, autor do livro de auto-ajuda “Clear your desk”.

Na Europa e EUA já existem cursos especializados em se organizar espaços de uma maneira mais eficiente e racional.

A consultoria de de-cluttering já é ótimo negócio profissional.

A nova yorquina Doreen Tuman é considerada a rainha do armário. Aceita consultas pelo mundo todo cobrando U$50,00 a consulta, U$ 100,00 para por em ordem o armário e mais de mil dólares para uma organizada geral.

A autora do livro “Clean your clutter and change your life” (Jogue fora o lixo e mude a sua vida), Karen Kingston afirma que a casa e o escritório são os espelhos da personalidade de quem vive nestes espaços e recomenda se livrar sem remorsos das coisas que não se usa ou não agradam mais.

Conforme a escritora, o clutter se acumula quando a energia está estagnada.

Acumular coisas inúteis pode ser uma tendência de perpetuar o passado, uma retenção emocional de uma fase de vida que não foi superada.

Um dos pontos que mais precisa de de-clutering é o armário.

A moda tem os seus revivalismos, mas estocar roupas esperando que a moda volte é um álibi para guardar tranqueiras.

Livrar-se de roupas fora de uso, apesar de dolorido traz uma sensação de alívio. Ganhe coragem e descarte o supérfluo.

Eliminando o supérfluo

  • Retire todas as roupas do armário e tente formar conjuntos.
  • O que formou conjunto vista e avalie se a peça cai bem no corpo, se ainda combina com o tom de pele, se o tamanho de manequim ainda continua o mesmo e se combina com outras peças para formar novos conjuntos.
  • O que não foi usado nos últimos dois anos, certamente não fará mais falta.
  • Avalie com espírito crítico as roupas que foram compradas há mais de cinco anos. Historicamente, a cada sete anos a moda muda de formas e mesmo as roupas clássicas acabam sofrendo influência.
  • Ponha de lado tudo o que não entusiasma mais como quem rompe um laço afetivo.
  • Não se preocupe com o destino das roupas na hora da seleção. Escolha baseada no que ainda funciona. As sobras podem ser doadas, trocar com amigas ou vender em brechós.
  • O que ainda for usável, volta para os cabides. As peças de qualidade ou básicas sem nada para coordenar devem ser destacadas em uma lista para ganhar combinações atuais nas próximas compras.
  • Para recordações impossíveis de se desfazer, guarde em baú ou mala fora de uso.
  • Desfazer-se do supérfluo para muitos gera o mesmo prazer de comprar uma roupa nova.
Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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