As roupas trazem muitas historias costuradas em suas modelagens.

Conhecer a procedência nos faz entender porque existem.

Meias

As primeiras meias foram usadas pelas mulheres gregas por volta de 600 ª C., como um sapato baixo, tipo sandália que cobria os dedos do pé e calcanhar.

Eram chamadas de skyhos e motivo de vergonha ao ser usado pelos homens, tanto que no teatro cômico garantiam o riso quando calçadas pelos atores masculinos.

As mulheres romanas copiaram o Sykhos e trocaram o nome para Soccus.

Em couro macio feito em Roma, viajou para as ilhas britânicas onde começaram a ser usadas por dentro das botas protegendo os pés dos arranhões e aquecendo no frio. Daí para o formato e utilidade atual foi um passo.

Já a meia calça, fundamental em qualquer guarda roupa feminino, começou a ser inicialmente usadas pelos homens.

Na Antiguidade os povos do Mediterrâneo usavam saiotes e não se preocupavam em esconder as pernas do clima quente, mas no norte da Europa as tribos germânicas eram obrigadas a se proteger do frio da cintura até o tornozelo com calças justas semelhantes à meia calça.

O exército de Julio César, no séc. I ªC., também usou este tipo de meia que ao longo do tempo se estendeu dos tornozelos para os pés formando a modelagem da meia calça usada até hoje.

Gravatas

O uso da gravata teve origem na corte luxuosa de Luis XIV, o “Rei Sol”, que ao acampar um regimento de croatas (que tinham o nome de Royal-Croate ou Royal-Cravate-gravata em francês) nos arredores de Paris, copiou para os seus encantos pessoais, o pedaço de cambraia branca, usado como distintivo pelos soldados, em volta da gola.

Vaidoso pediu aos alfaiates da corte que adaptassem um fino pedaço de pano branco a gola de seus casacos.

Ao aparecer em público com a inovação, a peça já tinha sido transformada com o acréscimo de rendas e babados pelo mordomo conhecido na corte como gravateiro.

O nó nesta gravata partiu de Steinkerque, um jovem oficial francês. Luis XIV usava-as totalmente aberta sobre o peito, mas era mais prático o uso da gravata amarrotada e presa ao pescoço. Da Europa o uso da gravata se difundiu para a América.

 

Noivas de branco

Tudo culpa dos imperadores da França, Napoleão e Josefina.

Na cerimônia de coroação os noivos mandaram confeccionar roupas brancas, bordadas com fios de ouro para passar a ideia de pureza, honestidade, limpeza e iluminação.

No momento da coroação, o Papa foi chamado para coroá-los e foi então que o casal confessou que não tinham ainda se casado.

Assim, oficializaram a união antes da coroação, vestidos então de branco.

A Rainha Vitória (que popularizou o uso do preto) ajudou a difundir os vestidos de noiva brancos ao casar.

Antes, as pessoas se casavam com roupas de qualquer cor.

Muitas das noivas que não podiam escolher os noivos (que eram impostos pela família) casavam de preto em sinal de desagravo.

Branco, em latim, significa cândido, que originou a palavra candidato.

Aliança e buquê da noiva

 

O anel de casamento é usado no dedo anelar esquerdo porque, na Idade Média, acreditava-se que havia uma veia que ligava o dedo anelar ao coração.

Já o buquê é segurado na posição do ventre como símbolo de fertilidade.

Pijamas com bolsos

 

A peça existe há 6 mil anos e nasceu no Egito. Os pijamas eram usados pelos faraós.

Mas por que eles têm bolsos?

Porque, quando os faraós morriam, eles eram mumificados e vestidos com o pijama (que significa morte diária).

Do lado esquerdo do peito, era colocado um escaravelho, no mesmo local em que hoje está o bolso.

O escaravelho tem o simbolismo sagrado tanto da morte quanto do renascimento.

Calça feminina

 

A primeira a aparecer publicamente de calças foi a atriz alemã Marlene Dietrich, nos anos 1920.

Até então eram poucas que ousavam utilizar calças na frente de toda sociedade.

Nome do biquíni

 

No dia 1º de julho de 1946, os Estados Unidos inauguraram os testes nucleares em tempo de paz ao lançar uma bomba atômica sobre o Atol de Bikini, no Pacífico.

Os preparativos para a explosão despertaram grande interesse em toda parte.

Por esse motivo, o estilista francês Louis Réard aproveitou o nome do atol para batizar sua mais recente e explosivamente ousada criação: um escassíssimo maiô de duas peças.

Era tão ousado que as modelos profissionais se recusaram a vestir a novidade.

Para sua apresentação. Réard teve que recorrer a Micheline Bernardini, stripper do Cassino de Paris.

Jeans

Em 1847, o alemão Levi Strauss chegou aos Estados Unidos levando um tecido grosso e escuro, perfeito para fazer tendas. Logo descobriu que os garimpeiros precisavam de uma roupa resistente, capaz de encarar montanhas, lama e terra batida. Esperto, Strauss pegou seu tecido e fez uma “peça” diferente, usando como molde a calça de um marinheiro.

Nascia, em 1850, o primeiro jeans.

Em 1856, inaugurou sua primeira fábrica, a Levi Strauss & Co.

Salto Anabela

O salto anabela surgiu em 1936 com Salvatore Ferragamo, durante a 2ª Guerra Mundial.

Na época, os materiais eram escassos e Ferragamo se apropriou de rolhas velhas de vinho para produzir o salto.

A anabela se tornou um clássico por falta de alternativa.

O nome vem da estrela de cinema Anabella, que na época era casada com o galã Tyrone Power.

Perfumes

O perfume que usamos atualmente é uma mistura de óleos essenciais e aromáticos misturados ao álcool e à água. Mas os primeiros perfumes, criados no Egito, eram acessórios raros, usados apenas por deuses.
Os sacerdotes e faraós do Egito foram os primeiros a utilizarem esse tipo de fragrância de essências aromáticas. No século IX, um químico árabe escreveu o primeiro livro sobre perfumes, onde havia 107 receitas de misturas perfumadas e aromas de flores.
A rainha Cleópatra foi uma das primeiras mulheres a seduzir seus parceiros usando perfumes. Marco Antônio e Julio César não resistiram ao cheiro de flores de henna, açafrão, menta e zimbro da rainha.
O perfume só chegou à Europa na época do renascimento e, a partir daí, o produto se espalhou pelo mundo, conquistando vários adeptos.
Um marco da produção de perfumes foi a invenção da Água de Toilette, feito para a rainha da Hungria.

Chanel n°5

 

Nunca existiram os números 1,2,3,4 do aroma!

O famoso perfume Chanel n°5 é o mais vendido no mundo e a razão do seu nome é que o cinco era o número da sorte de Coco Chanel, tanto que a estilista apresentou o perfume no dia 5 de maio de 1921.

Estampa floral “Liberty”

 

Criada por Arthur Lasenby Liberty, em 1875, na Inglaterra, a estampa recebeu esse nome numa referência à Liberty of London, marca criada por Arthur.

A princípio, as flores miúdas eram estampadas em seda, algodão e cashmere de forma artesanal e comercializadas na sua loja.

Desde então, a estampa é caracterizada pelas flores miúdas e repetidas, que remetem a um ar bucólico. Tornou-se um clássico da moda!

Brechó

Como todo mundo sabe brechó é aquele lugar em que se compra e vende roupas (e outros objetos) usados. Esse nome é dado graças à um velho comerciante chamado Belchior.

O local onde esse comerciante vendia e comprava roupas usadas se chamava “Casa de Belchior“. Ele se estabeleceu no Rio de Janeiro no final do século XIX e foi o primeiro negócio desse tipo no Brasil.

Sutiã

Roupa íntima para erguer e dar sustentação aos seios, o sutiã é composto por taça, ponte, tira lateral e duas alças.

A palavra sutiã vem da francesa soutiens-gorge que significa “aquilo que sustenta o seio’.

O desenho do sutiã atual foi patenteado em 1914 e consistia de dois lenços de seda amarrados e uma fita que fazia o papel das alças.

A classificação por tamanho da taça foi introduzida em 1935 com o surgimento de fibras sintéticas como náilon, lycra e poliéster, que tornaram o sutiã mais leve, flexível e sem costura.

 

Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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