O império das marcas

Gucci, Pucci, Fiorucci.

Quem não conhece estas três marcas devia estar morando na Lua nos últimos quarenta anos e certamente também não sabe que a brand Mercedes Benz não é uma cantora latina.

O investimento na marca ou branding  é uma obsessão dos fabricantes e agencias de publicidade.

Aparentemente as marcas e os respectivos logotipos conseguiram suplantar o conteúdo.

Mas quanto vale uma marca?

O preço de um produto que é procurado pelo nome e sobrenome pelo consumidor é simplesmente mais valioso que poços de petróleo no Oriente Médio. O petróleo pode acabar um dia, uma marca bem administrada pode render eternamente.

Tome como exemplo a Gucci. O nome apesar de forte estava nublado, comercialmente falando.

Identificava produtos de couro, óculos e mocassins com fivela no peito do pé.

Com a renovação imposta por Tom Ford no inicio do século XXl a grife voltou a brilhar e se tornou uma mina de ouro fashion, vendendo produtos de luxo por preços estratosféricos em todo o mundo e valorizando a linha de acessórios e cosméticos que são os produtos mais rentáveis das empresas de luxo.

Atualmente com Alessandro Michele no comando, a Gucci voltou a ser líder nas tendências de moda. Este inverno e o próximo verão foram fortemente afetados pelo fenômeno Gucci.

Se abrirmos uma revista de moda, a publicidade das empresas mais famosas, é constituída por imagens encenadas de forma artística, onde o vestuário deixou, pelo menos aparentemente, de ser o centro das atenções.

E o luxo garante a permanência da marca no mercado.

O que importa é a mensagem, a atitude

 

Já houve épocas, como nos anos 1950, em que a fotografia de moda continha um alto nível artístico, sem deixar, no entanto, de mostrar de uma forma clara aquilo que os manequins vestiam.

Hoje o poder da marca é mais forte que uma coleção de roupas. A força de uma assinatura reconhecida fará vender o que o estilista criar.

Um caso clássico eram os desfiles de John Galliano para a Maison Dior.

Na passarela o que importava era o show e o que pode render de editorial gratuito.

De um lado a imagem existe como construção esteticamente independente e por outro tem a função de vender o que mostra.

Por vezes, a marca é sinônimo de estilo e qualidade, mas na sociedade moderna é também uma assinatura de distinção social e da diferença que alguém quer exprimir em relação a si próprio e aos outros através do vestuário que escolhe.

É difícil encontrar uma peça de roupa que não tenha ao menos as iniciais do estilista ou da empresa que fabrica.

Até as grandes empresas que comercializam vestuário em massa se ligaram na força de uma etiqueta.

Marcas criam uma lealdade por parte do consumidor e agregam valor visual e muitas vezes financeiro ao produto.

A marca destaca o produto na exposição e sugere qualidade e exclusividade, mesmo em grandes quantidades.

 

 

Xico Gonçalves
Xico Gonçalves
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